William Gibson é profeta

terça-feira, outubro 17, 2006


"Pattern Recognition", de William Gibson, é um manual de publicidade viral poderoso.



                              


Por Érico Assis


Um dos maiores mistérios da história da Internet foi revelado há poucos dias, quando um garoto de 18 anos descobriu que Bree, a personagem dos filmetes assinados por lonelygirl15 no YouTube, é uma atriz. Jornalistas do New York Times apuraram que os vídeos eram o início da produção de um filme independente.

Os vídeos de lonelygirl15 compõem o diário virtual de uma adolescente norte-americana. Bree fala para a câmera, geralmente do seu quarto, sobre seu dia, suas idéias, seu namorado e suas viagens. A série de 30 vídeos começou há 3 meses.

Além do texto interessante e do ótimo trabalho de edição, os vídeos cativaram uma audiência mundial a seguir o diário e tentar entender sua autora. Havia alguns elementos estranhos: Bree tinha pais extremamente religiosos que quase não a deixavam sair de casa. Ela era inclusive home-schooled - o sistema jurídico norte-americano permite que os pais façam as vezes de escola para seus filhos. Os pais não sabiam dos vídeos.

A audiência cativada deu início a uma investigação. Encontravam "pistas" como uma foto de Aleister Crowley em um dos vídeos, bem como outras referências ao ocultista britânico do início do século XX. Surgiu a turma dos céticos: lonelygirl15 era invenção de alguma empresa para uma campanha publicitária, preparação para algum filme no esquema Bruxa de Blair (e havia "evidências" de que seria um filme de terror) ou uma nova forma de arte.

A comunidade que se formou em torno do mistério saiu atrás de dados como a localização dos IPs dos e-mails que respondiam às dúvidas de fãs. Especialistas em botânica apuraram que as folhagens mostradas em algumas cenas externas correspondiam à vegetação típica da California. Um dos pontos que apontava a invenção era a data de registro do site lonelygirl15.com – teoricamente um site criado por fãs, mas registrado dois dias antes da entrada do primeiro vídeo no YouTube.

Segundo o New York Times, foi o adolescente Matt Foremski, filho de um repórter do Vale do Silício, que encontrou fotos de Bree – na verdade Jessica Rose, atriz neo-zelandesa que mora em Los Angeles – para o casting da lonelygirl15. A partir daí, chegou-se aos cineastas californianos Ramesh Flinders e Miles Beckett. Os dois "confessaram" que os vídeos eram uma versão serializada do que viria a ser um filme.

A jogada de marketing dos cineastas certamente já entra para a história do marketing viral. Lonelygirl15 mobilizou gente de todo o planeta para resolver seu mistério, uma campanha inovadora para promoção do seu filme. Até o momento, não se sabe se a produção deste continuará.












Subúrbios

segunda-feira, outubro 16, 2006

Gosto de ouvir o despertador do celular. Um toque que remete a uma voz robótica. Diz algo incompreensível. Apenas 2 horas e 30 minutos de sono. Não deu nem tempo de entrar no R.E.M ou um sonho rápido. Sonhos: o primeiro lugar virtual que o homem presenciou. Imersão tão parecida com a realidade que nenhuma tecnologia conseguiu reproduzir.

Ainda.

Só resta acordar com tudo. Hoje é dia de ir ao subúrbio, visitar parentes, conversar e comer sua comida farta. O dia ganhando força. No banheiro, o assassinato digno de filme policial do meu xampu, que cai pela janela e se espatifa lá embaixo. Minhas mãos seguravam com mais cuidado as coisas. Não seguram mais tão bem. A atenção, também se esfarela com a soma da idade. Irresponsabilidades que ecoam desde a adolescência vadia e vagarosa.

Saudades dos meus headphones. Fazendo de conta que a vidinha medíocre é um filme indie europeu com trilha sonora bacana. Pilhas caras demais para um dinheiro que deve ser empregado tão somente em locomoção pela cidade. Pilhas caras demais para alimentar essa fantasia ridícula de que a vida é um filme ou um videoclipe. Vamos ouvir as pessoas indo pra lá e pra cá então.

Ou criar suas próprias melodias com sua famosa e graciosa banda mental, top 10 por anos a fio no seu mundo imaginário. Concentre-se nas minhocas e formigas. Tire sua energia e felicidade dentro do seu próprio corpo. O mundo é para os fortes de espírito que não se deixam ser enganados por bobagens fantásticas.

A cidade vai ficando para trás. Arvores e arbustos são cada vez mais numerosos. O lugar é como um vale, que nos anos da infância, dava uma impressão de esperança e tranqüilidade. Uma pequenina cidade dentro da cidade. Hoje, meus olhos vêem só telhados velhos e descolorados, com algumas ruas sangrando água de esgoto pelo chão. É um clima de decadência inocente e desesperança tranqüila. Como um velho bem vivido á espera de uma morte bem trajada e perfumada. Misturo-me a poética decadência.

Esperando a comida, aguardando na varanda, os meninos brincam com bonequinhos de plástico, no mesmo lugar onde um dia eu também reinei. Pouquíssimos metros quadrados são suficientes para reinar em nossas projeções grandiosas, com aventuras mil e mirabolantes. Bem ali, me apaixonei pela primeira vez.

Um pezinho maldoso que gostava de esmagar minha mão suja de barro vermelho. Ajoelhado na terra, me lembro de seu sorrisinho maléfico e o sol forte atrás de seus longos cabelos cacheados. Sua carinha de má, fazendo a maior força do mundo, como se realmente fosse esmagar meus dedos. Eu fingia dor só para agrada-la....

Ela me beija no rosto com o mesmo entusiasmo de antes. Tenho barbicha suficiente para arranhar a pele, mas ela me beija como se ainda fosse aquele moleque doido por pipoca doce, que ela fazia muito bem. Na Itália, seria uma "Mama" mais que perfeita. Enorme em seus peitos, em suas nádegas, em seu porte físico grande e amoroso. É um tronco de uma arvore antiga e sábia como toda boa velhice deve ser. Está plantada aqui, suas raízes estão a muitos metros abaixo de onde estamos. É um insulto ela sair por ai, ir até nossas casas, espalhar sua boa conversa. É uma blasfêmia ela atravessar esses muros.

Prefiro vir regá-la com meu abraço e meus lábios em suas mãos. Gostaria de rega-la para sempre, de dar melhores coisas... Mas preciso considerar o tempo. E o tempo vai se acumulando em cima de nossas vidas até nos imobilizar. Chega um momento que é impossível carrega-lo. Mesmo assim, gostaria de rega-la pela eternidade adentro. 

Vi uma pipa dominar o céu suburbano. Fazia varias manobras e movimentos inconsequentes. Num momento de orgulho, de imponência, se desprendeu da linha. Perdeu-se sem rumo ao vento. Caindo e caindo. O sol laranja do entardecer pintando seu papel de ceda vermelha, comprado por alguns centavos, em algum armarinho humilde, por algum garoto humilde. Nascida na humildade, perdeu-se pela vaidade.

Voltando para casa, sonhei acordado através do vidro do ônibus. Descobri que, quanto mais belos eles são, mais doloroso é retornar ao real.

Explosões de sabores e dinheiro

domingo, outubro 15, 2006

As vendas de Coca-Cola e Mentos devem triplicar. Todo mundo está comprando para fazer o bendito teste:  http://www.youtube.com/results?search_query=coke+mentos&search=Search

Se essa polêmica não foi arquitetada por executivos diabolicamente espertos, amém. E se foi uma obra do acaso, eis uma ótima oportunidade para estudar maneiras eficazes e extremamente baratas de vender produtos.

Só no youtube, são mais de 15.000 videos com os tags "coke" e "mentos".

This is the brave new world!

Na província, com Capote

quarta-feira, outubro 11, 2006



Na província, o tempo passa doendo na carne. Aqui aprendo a cultivar um ódio por ela, por sua gente, por seu modo infeliz e mal educado de ser. Pessoas que cultivam mediocridade em seus passinhos tontos.

Um pensamento mau e mesquinho, mas é meu lado diabólico falando. Mas não estou sozinho. Lendo Capote, percebo porque me identifico tanto com sua prosa, me vendo em suas frases, em seus pensamentos sobre o mundo. Uma das poucas cabeças em que gostaria de estar no lugar. 

"Até a pessoa atingir uma certa idade, o interior é maçante; de todo modo, não gosto da natureza em geral, e sim em particulares. De todo modo, a não ser que o sujeito esteja apaixonado, satisfeito, movido pela ambição, desprovido de curiosidade ou reconciliado (o que parece servir como sinônimo moderno de felicidade), a cidade é que nem uma máquina monumental incansável, projetada para a perda de tempo e das ilusões."

Só em estar fora, vez ou outra, dessa minha província, longe dela, no centro da balburdia de todos os movimentos que se misturam ( sejam carros, pessoas, tudo o que pulsa aqui), é um alivio ao coração. 

Capote continua:

"Após algum tempo, a busca e a exploração podem se tornar sinistramente apressadas, a transpirar ansiedade, numa corrida de obstáculos de Benzedrine e Nembutal. Onde está o que você procura? E, por falar nisso, o que você está procurando?"

Perco-me olhando pela janela. Perco-me nesse horizonte que vejo ao longe. As luzes ao longe... Dão-me esperança e tristeza. Mais tristezas, na verdade.


Eu tento me esquecer dos dias melhores. Ser feliz com o que tenho. Mas eles são mais fortes. Tudo que é ruim é bem mais forte. Alguns bons e simples momentos, ainda guardo comigo. Momentos que, separados por anos e distâncias geométricas, Capote também sentiu. E mais uma vez, escreveu o que eu queria ter escrito:

"Nas profundezas, o metrô ferve; na superfície, o néon retalha a noite, e mesmo assim ouço um galo cantar".

Eu também ouvi um galo cantar, Capote. Bem no meio do concreto branco, no centro da cidade de Salvador. Juro que ouvi. 



  
deniac_capote



Os cães ladram - Pessoas e lugares privados


Coleção: L&PM POCKET
Autor: CAPOTE, TRUMAN
Tradutor: NOGUEIRA, CELSO
Editora: L&PM EDITORES





A arte de amar de Ovídio

sexta-feira, outubro 06, 2006



"É para os pobres que eu componho esse poema, porque, pobre, eu amei; quando eu não não podia dar presentes, dava belas palavras."

Por R$10,00, você pode preencher o espírito. 

Diaba

segunda-feira, outubro 02, 2006



filme_o_diabo_veste_prada

As luzes brilham, refletem nos olhos bem abertos na escuridão do cinema. Projetado por uma hora e meia, um mundo que muitos jamais verão por dentro, e que se desenrolara como um sonho coletivo. Muitos jamais sentirão na ponta dos dedos, as marcas famosas, os preços exorbitantes. Peças de roupa que remetem a arte, que dão poder só em vesti-las. 

Mas, macacos me mordam, por que eu me deslumbro? Talvez por ser um pobretão que se fascina com luzes, garotas bonitas e seus vestidos fascinantes. Pensando dessa forma, todo mundo é pobretão, afinal, quem não se deslumbra? 

Meu grande problema é aspirar por esse mundinho glorioso e bonito, que está longe ou mais que impossível de ser vivido. O fantástico está na distancia que esse tipo de coisa burguesa, de como está longe do que sou. Mas é um lugar interessante. 

Neste filme, talvez a direção tenha sido apagada, talvez o final seja o que todos esperam, o que o casal que sai para se distrair no shopping e comer pipoca com Coca-Cola dentro da sala escura espera. Mas por que sempre a arte tem que gritar mais alto? Por que sempre se espera que a arte brilhe acima de tudo? A arte cinematográfica não funciona com este filme pelo simples fato do mundo da moda e do glamour brilhar mais que isso tudo. 

Particularmente, gosto mesmo é de ver mais uma vez o brilho das ruas de Manhattan, dos flashes das câmeras, dos fotógrafos de moda, das luzes de Paris. Hipnotiza. Faz sonhar acordado por toda a projeção. Refrigera a vida. Diverte na medida certa, sem a necessidade de ser arte, de ter uma grande direção. 

É só um saquinho com doces coloridos e açucarados que se dissolvem rápido na boca, e logo é esquecido. 

E quem disse que isso não é bom?

Antes/Depois

sábado, setembro 30, 2006

Cada vez mais, acredito nessa máxima: " O antes é bem pior do que o agora. Prefira sempre o agora" ; )

Frank Black - Fast Man Raider Man

quinta-feira, setembro 28, 2006


Blue grass, soul e R&B fazem cada vez mais a cabeça do velho Frank. Parece que caiu nas profundas águas do Mississipi. Essa percepção me veio quando estava lavando pratos e coloquei para tocar os acordes de "Fast Man/Raider Man".

Projetando pensamentos na louça branca, ouvia o refrão da primeira faixa: 

"Heaven's boys protect you/I am almost there/If your poison gets you/I will be on time/If you sink to madness/Say a little prayer/If your poison gets you/I am down the line".

Gosto quando raridades como essas ocorrem. Quando um disco inteiro te faz pensar. Ou, ao menos, transforma-se na trilha adequada ao momento. 

Injetei Frank Black em sua veia, deixei sua voz de gênio criador do Pixies come suas canções enigmáticas fazer o resto do seu dia algo suportável. Deixei a melodia encantar a vidinha tosca pelos ouvidos.

Uma quase "satisfação" realizada.





Sade, de Senno Knife

quinta-feira, agosto 24, 2006


Comprei ontem. Comecei a lê-la no ônibus. Tive que parar e guardar. As pessoas começaram a reparar na estranha revistinha preto e branco, com desenhos bonitinhos de garotas em posições grotescas, amarradas, sendo torturadas. 

Não quis me passar por trabalhador japonês pai de família que lê mangá no metrô.

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"Sade é totalmente desenhado no estilo shoujo (mangá para garotas), com cenas de erotismo e de sadomasoquismo. A edição, disponível nas bancas, é dividida em cinco partes: A Noite do Baile de Máscaras, Uma História Trágica e Justine, todas inspiradas em contos de Sade; A Casa das Atrocidades, dos Irmãos Grimm, e A História de “O”, de Pauline Réage".


Fetiche móvel

quinta-feira, agosto 17, 2006

A mobilidade e a praticidade oferecidas pela tecnologia atual é usada, principalmente, por fetichistas mais afoitos.








Despedida do emprego

segunda-feira, agosto 14, 2006



Era só um dia qualquer. Mas era um dia raro, estava chegando ao trabalho com um entusiasmo inédito. Estava realmente feliz, cantarolando "Break The Night With Colour", do Richard Ashcroft. Uma hora depois dessa imagem, eu seria demitido do trabalho... Isso seria paranormalidade?

Encontro digitado

sexta-feira, agosto 04, 2006

"Acho que a comunicação via digitação era muito mais confortável... Conduzimos o nosso encontro sem falar. Trocávamos de fone de ouvido periodicamente, teclávamos, pedíamos mais cerveja, vinho e comida... A garçonete achou que fôssemos loucos".

Amanda Palmer em http://www.dresdendolls.com/diary

Sempre novas maneiras de fazer a mesma coisa.

Ponha no google: couple-surfing

Feed Reader

quarta-feira, agosto 02, 2006

Nova idade, novos conhecimentos, novos vícios: rss, feed readers. Alguém me ajude...

http://www.feedreader.com/?fromfr

A substância de Dot Allison

sexta-feira, julho 28, 2006

Dot Alisson - Substance - Felix The Housecat


Dot Allison é ex-integrante da "One Dove", banda tranquilona dos primórdios do Trip Hop. Apesar de talentosa, passou despercebida por muito tempo pela crítica, fazendo algumas participações em projetos como o  "Death in Vegas", dos produtores Richard Fearless e Tim Holmes.

O caso é que ela só "vingou" de verdade ao lançar seu primeiro trabalho, "We Are Science", de 2002. Mas só neste ano (2006), conheci suas composições, ou melhor, os seus timbres sintéticos que estão dentro do movimento musical da moda em Nova York, o chamado “Electroclash”.


Algo moderno nas harmonias e nas letras me chamou a atenção. Esta canção, em particular, tem tocado constantemente em meus headphones, definindo meu entusiasmo pela a artista.


      


Ouví isso andando por aí, com  olhar perdidão, através da janela de um ônibus, na tentativa de ser uma espécie de flâneur cibernético, essas coisas que a gente quer ser e nunca consegue…

De qualquer modo, Dot Alisson é uma grata surpresa.

Dot Allison - Substance
Don't rescue me
When I play with with fire
Don't need to know
Is this desire
We hold back words
Our eyes are giving away
Deny the past
We've come to radiate
In need of some substance
In need of some substance
A little's less than nothing
In need of some substance
The sun might set
Tonight could be the night
And if thats the case
You'll get on all right
But there's no point
In spoiling for a fight
Because we're blinded by
The darkest ray of light
 
+ http://www.dotallison.com/

Egotrip #000

quarta-feira, julho 26, 2006

          

Eu sei que você gosta de dormir com a TV fora do ar. Sei que os milhares de pontos de pixels te lembram sêmens ensandecidos, apressados para fecundar um óvulo. Sei ainda que leva essa coisa de virtualidades e tecnologia pirata bastante a sério. Também acredito numa tecnologia de quintal, que te dá felicidade, apesar dos seus poucos atributos financeiros para comprar bugigangas de marcas oficiais. 

Essa ideia não é nova. Foi herdade de William Gibson, no livro Idoru, com personagens hippies hightechs, que abandonaram a confecção de amuletos a base de Durepox, para produzir laptops e personal computers de forma artesanal, sendo vendido em qualquer praça, rua ou passarela.

Você prefere as metrópoles sujas do que um campo verde. Detesta raves em chácaras, sítios ou qualquer lugar natural. Acredita que os subgraves comuns nesses sons são um desrespeito a natureza e tudo que nela reside de mais puro. O ser humano, na sua visão,  tem que apodrecer nos asfalto, nos seus lugares de concreto com ar processado que tanto vangloriam-se de poder estar. 

Mas acredite nesta voz advinda do futuro, peregrino: por estar atrás, catando o que os outros deixaram e esqueceram, pode ser que nunca venha realizar alguma coisa de útil nesta vida. Desse modo, apresse-se. Empurre a multidão com socos e pontapés. Ao menos uma vez, tome a dianteira dessa turba boba que finge saber para onde vai. 


Cafeteira insone

sábado, julho 08, 2006



Desejo ardente de ouvir minha cafeteira barata trabalhar. O som do vapor entrando em contato com o pó, exalando por toda a casa, o cheiro forte do revigoramento de ânimo. Só em lembrar da fragrância, alguns milhões de neurônios são ativados. 

Nada demais nisso tudo se, neste momento, não fosse mais de duas da manhã. 

Tudo culpa do Coffee Geek: http://www.coffeegeek.com/


Drops do dia - Insônias de uma vida que escoa pelo ralo

segunda-feira, junho 26, 2006

26.06.2006

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Há muitos vazios numa noite de insônia. E neste caso em particular, nunca consigo produzir nada de realmente útil com essas inconstâncias. A utilidade tem que ser a prioridade número um na vida, mas a realidade quase nunca realizo. 

Ao final, sempre estou na superficialidade das coisas, jogando a vida fora. Consumo pornografia; Como pizza fria às 3hs da manhã; Tento começar a fazer uma música no software de loops. Mas nunca saindo do início. O medo de terminar tudo. De chegar a uma conclusão. Resolver os problemas, finalmente. Há algo que me empurra até a mediocridade.

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Tenho centenas de e-mails não lidos. Centenas mesmo. Acumulam-se por culpa da procrastinação. Entro em 785 comunidades no Orkut, em 25 listas de discussão do Yahoo Groups. Recebo boletins de sete rádios de notícias. Quem lê tanta notícia?

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Descobriram que o sucesso musical nada mais é que uma formula matemática. Construíram um software que aumentam as chances dos produtores fazerem hits de sucesso. 

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Encantado com uma câmera de segurança do ônibus coletivo, pus me a escrever. Aproveitei o engarrafamento para produzir um texto qualquer. O resultado foi que não construí uma única linha. Guardei o caderninho de anotações no bolso da frente da mochila, mas me esqueci de fechá-lo. Perdi/roubaram R$150,00 + todos os documentos + fotos ¾  +  minha moeda de 1 centavo da sorte. 

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Uma xícara de Coca-Cola não me deixa dormir. Ponho no Google: Coca-Cola “insônia”. Procuro respostas que façam sentido. Algo que me distraia e me faça aprender sobre isso. Nada encontro. Apenas estes blogs:


A concepção

sábado, junho 17, 2006


Filme A Concepção


Não posso me fazer de culto, de bem informado, de crítico de cinema. Assisti "A concepção" simplesmente pelo trailer. Vi um monte de gente nua, tomando todas, total loucura gratuita. Interessei-me no ato. O que a fita pode nos ensinar, o que o filme tem para mostrar?

Vejamos as críticas:

Omelete:

"Apesar de ganhar pontos pelo ótimo trabalho técnico que chega à tela, A concepção se suicida com seu esforço em chocar a audiência - sexo, drogas, desbunde desenfreado, toda essa patacoada que não impressiona mais ninguém há um bom tempo - enquanto mergulha em um balde de verniz em que se lê 'filosofia barata' ".

Não achei filosofia barata. Faz sentido tudo o que o "X" cospe com suas loucuras. Quem não queria desbundar por 24 horas? Transcorrer todas as regras por um dia? Libertar-se por completo e sem medo?

Mix Brasil

"... o filme é uma explosão sexual sem rótulos. No filme o conceito de "livre arbítrio" chega ao limite. E tem um elenco de bonitões, liderado por Juliano Cazarré e pelo gostosão-fetiche Milhem Cortaz".

Terra - Cinema

"Pelo menos na intenção, o diretor não quis chocar ninguém. Como ele disse, ao apresentar o filme em Brasília, ele considera seu trabalho "um pequeno passo para retomar a utopia desta cidade e o sonho de um país melhor". A se levar a sério esta intenção, Belmonte acredita que recuperar a utopia começa pela exposição da falência da situação atual".


The Dead Boy Detectives

segunda-feira, junho 05, 2006


Dead Boys Detective Sandman

Mais uma da senhorita Jill Thompson:

"Edwin Paine e Charles Rowland se conheceram após a morte. Em Sandman - Estação das Brumas (Conrad, 2005), a Morte foi buscar Rowland, ele exigiu que seu amigo fosse junto. Isso não foi possível e ela ficou de voltar para pegá-los mais tarde. Desde então, para adiar o reencontro com a Morte, a dupla se mete em aventuras. Agora eles abriram sua própria agência de detetives.

Em Dead Boy Detectives Rowland e Paine são contratados para investigar o misterioso desaparecimento de uma garota num internato feminino. Quando as outras alunas perguntam dela, os professores agem como se ela nunca tivesse existido. Conforme a dupla vai juntando as provas, fugindo das confusões e evitando a Morte pelo caminho, o sumiço da jovem vai chegando perto de ser desvendado. A conclusão da história é surpreendente.

Esta é a terceira vez que Jill Thompson - uma das grandes estrelas femininas da HQ atual - recebe do criador de Sandman, Neil Gaiman, a chance de adaptar os personagens da série para um traço influenciado pelos quadrinhos japoneses. Dead Boy Detectives tem tudo para agradar tanto os fãs de mangás como os fãs de Sandman".

Autor:

Jill Thompson é autora de histórias em quadrinhos eilustradora. Ela colaborou com vários títulos da DC Comicse do selo Vertigo, como Mulher-Maravilha, Monstro do Pântano, Livros da Magia e Os Invisíveis. No entanto, Thompson é mais conhecida por ter criado a série The Scary Godmother e por seu trabalho com os personagens da série Sandman - é uma das artistas preferidas pelos fãs. Além de ter desenhado vários números de Sandman, ela temcriado releituras especiais de seu universo: Pequenos Perpétuos, Morte - A Festa, que lhe valeu o Will Eisner Award de 2004, e Dead Boy Detectives."

Comprar?

Ciber Urbe Salvador

sexta-feira, junho 02, 2006

- Os escritores flutuarão sobre a cidade!!!!


- Os artistas tornar-se-ão invisíveis.


- Salvador é cyberpunk!!!!

Letargia e pensamentos diversos

Sonhos de temas diversos. Muita gente. Recorde de permanência trancado num cubículo: três dias.

Acordo. Faço café. Assisto O jornal. Leio UM jornal. Leio O livro. Vejo um desenho animado. Ouça uma musica no radio. Olho a janela, meu prédio preferido ao longe, aviões no céu, o entardecer de cobre, as luzes da cidade. Então vejo vídeos aleatoriamente no Youtube. Relaxo.

A mente se perde em imagens de pessoas comuns. De filmes toscos. Imagens de celular. Gente rindo de alguma piada em inglês que não consigo entender.

Sonho novamente. Não sei do que se trata. Converso com alguém. Há um perfume no ar. Um bom shampoo que cheira bem. É isso. Não lembro de mais nada.

Já é outro dia. Preciso de um bosque. Preciso de terra em meus pés, e um pouco de calos em minhas mãos.

Gilberto "Hacker" Gil

"Eu, Gilberto Gil, como ministro de Cultura do Brasil e como músico, trabalho a cada dia com o impulso da ética hacker."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20089.shtml

Uma moderna tribo

"Imagine having a unique influence in the creation of an ecological island community. Imagine being able to visit and stay on that island. Imagine playing an exclusive role in a history making adventure.
Stop imagining. Start believing".

Quer participar da fundação de uma nova tribo com 5000 pessoas?


http://tribewanted.com/


Electro abstinência

Segundo o flyer é “eletronic_digital_hard_breaks_cores_trash pra acabar com a abstinência dos tímpanos e martelos mais sensíveis”.

E diz ainda que vai ter “IDM conturbado, dance music transgredido e pesadinho com gotas de piadinhas pop_music”.

Pode ser interessante. Pode ser louco. Posso perder a consciência. Pode ser legal então.

Original: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=2992981&tid=2467451004236834097

A pansexualidade musical do "Ghostland Observatory"

quinta-feira, junho 01, 2006

Banda Ghostland Observatory


Um robô fazendo amor com uma árvore. É essa a analogia que os texanos do "Ghostland Observatory" fazem de sua própria música.



Eterno retorno

Os anos 80 revisitaram os 60. Os 90 os 70. O 2000 os 80. É como se o mundo reinventasse tudo o que aconteceu 20 anos atrás sempre. Qual seria então, o próximo "revival" dos modismos? Anos 90.

Portanto, não jogue fora revistas, álbuns de figurinhas, roupas, eletrodomésticos, brinquedos, softwares ou qualquer coisa relacionada a tal período. Talvez seja a próxima tendência e sempre haverá loucos comprando quinquilharias antigas no Mercado Livre ou no E-bay.

Alguns aspectos que eu me recordo dos 90:

- Roupas com aparência desleixada calças largas, camisa xadrez.

- O sportswear vai para as ruas.

- Heroina chic : pintura borrada e seu ar descuidado, cabelo com pomada parecendo estar melado. Kate Moss cheirando coca, em alguns ensaios de revistas. Vai ser raridade!!!

- Grunge.


+ I love 90's


Onde começa a moda

Interessante a definição da Erika Palomino:

"Onde começa a moda? Quem usa primeiro as peças mais diferentes, quem são os precursores das idéias que depois serão adotadas por todos – ou por muitos? Não são, isso é certo, os estilistas, do alto das passarelas. Nem as revistas especializadas.

As ruas é que mandam, e nelas alguns personagens funcionam como lançadores de tendências e modismos. Não são famosos, necessariamente, mas é um tipo de gente que, dentro de seu grupo, tem carisma e personalidade suficientes para inventar e ser copiado. Outra contribuição desses early adopters (aqueles que adotam antes), como a indústria os chama, é enterrar de vez o conceito de tribos fixas.

Hoje, as fronteiras flexíveis, da moda e do comportamento, permitem que se escolha uma tribo a cada quinze minutos: a mesma menina pode ser patricinha num momento, hippie no outro, punk num terceiro e romântica nas horas vagas".








World in Flames

segunda-feira, maio 29, 2006

Um jogo de computador, o Mercenaries 2: World in Flames (Mercenários 2: Mundo em Chamas) está provocando polêmica por simular a invasão de um rico país em petróleo na América do Sul para tirar do poder um tirano imaginário.

Que rico pais sul-americano seria esse? Arnaldo Jabor responde.


A concepção de “vestir-se para uma vida urbana e cheia de movimento”, é um pressuposto para as minhas escolhas de roupas ou acessórios. Não precisa ser demasiado caro ou de grife. Muito pelo contrario. Isso tudo mundo já está até saturado de saber.

Como costumo dizer, “minha vida é um clip”. Ou então, “minha vida tem trilha sonora”. Não ando sem discman ou mp3-player. Claro, lógico e evidente, objetos da mais conceituada tecnologia pirata de hong-kong. Ipods e afins estão longe de meu parco orçamento trabalhador braçal da industria petroquímica. Mas fones de ouvido são uma extrema exceção.

Sim, um bom headphone, com uma boa qualidade, nitidez e realidade, é a soma perfeita para criar o tal “ambiente de imersão” na música. E de certa forma consegui encontrar, finalmente, o que se pode denominar de “chave para dentro do som”.

Os fones de ouvido com presilha SBCHS320/0, são poderosos, confortáveis e perfeitos para movimentos bruscos. Seu cabo tem exatos 1,2 m e muito dificilmente haverá o incomodo de limitar seus movimentos. E se pôr no ultimo nível o volume do seu player, eu garanto: vai doer muito.

Outras especificações ou como comprar: aqui

Tango entre garotas

Garotas dançando tango
Já viu garotas duelando em um tango? Bom, eu não. Mas achei lindo. Agora, acredito que a dança, marcada pelo diálogo entre o macho e a fêmea, fica bem mais interessante entre elas. Uma subversão da tradição?
Encontrei lá no Jazzseen.

O que as pessoas fazem na rua até tão tarde?




Pensava o mesmo quando criança... O Zé da Silva sabe das coisas.


+ http://wp.clicrbs.com.br/zedassilva/

O indie rock está morto

domingo, maio 28, 2006

Moda emo na tv

Moda Emo em uma matéria que acabou de passar na TVE. Nada contra esse movimento. Tenho certeza que logo se findará. O que irrita é a falta de informação em algumas falas no programa.

Exemplo:
 
“...o mainstream ficou interessado no gênero rotulando bandas de indie-rock como emo. O rótulo começou a agregar muitas bandas guitar que emergiam do cenário underground...”

Aqui é o momento da história em que o indie-rock morreu até no nome…

De novo, mais um inicio

Talvez entre para o livro dos recordes: 05 anos sem atualizar um blog. Nem mesmo "desleixo" seria a palavra apropriada. O fato é que voltei. Uma necessidade doentia de escrever bobagens sobre modernidade, tendências das ruas, tecnologia de alto e baixo nível, mudanças bruscas de comportamento, trash-food, música underground, cinema, cultura pop e lixos afins.

E por favor, não espere muito de mim. Isso não é uma revista, um jornal, um zine ou algo do tipo. É só minha medíocre visão deste presente com cara de futuro, que chegou escancarando, superando a ficção e que poucos estavam realmente acordados para vê-lo.

É só mais uma egotrip disfarçada de escrita "moderninha" e "antenada". Não deixa de ser mais uma futilidade. Mas uma boa futilidade para acalmar os nervos.

Os meus, claro.