Risos matinais

domingo, maio 20, 2012

 

Wulffmorgenthaler Daily Strip_deniac

 

Há mais de 04 anos, diária e religiosamente, recebo o mailing da Wulffmorgenthaler Daily Strip. Todas as manhãs, piadinhas sujas, inteligentes e impagáveis despertam o riso, me jogam a (à?) força em uma ginástica/alongamento de bom humor necessária para começar o dia. Pílulas de alegria para enfrentar engarrafamentos, ônibus lotado e despertar a criatividade da vida. Recomendo.

 

 

+ http://wulffmorgenthaler.com/

Faltam 46 dias e 20 horas para...

radiodept_deniac

 

O tempo caridoso se apressa ao meu favor. Ele sabe que preciso expurgar uma vida inteira. Sabe que preciso verter suores de alegria e que preciso do ruído exacerbado para um êxtase sonoro. Porque não estou falando apenas de uma banda. Estou discorrendo sobre a representação de um pedaço da vida.

Uma música que se ama é como um bom amigo. Um grupo com várias músicas que se ama é como uma família que te envolve em beijos e afagos sem fim. Te fazem chorar, rir, pensar, caminhar. Estão coladas ao seu ouvido sussurrando as mais doces melodias, te embalando em sentimentos que elevam a alma. São os temas sonoros de uma vida que pouco se viveu e muito se sonhou.

Mas quando todos os anseios lentamente tornam-se realidade, a sensação do irreal é tátil, como um milagre vindouro que se custa a acreditar. A imaginação pula da mente e toma a forma do momento mais satisfatório de sua existência. Você é aquilo que acredita e come, não as bobagens que as línguas bífidas de um só lugar propagam. Você é um universo que se expande e o mundo é fácil de se conquistar quando se faz a coisa certa.

Na primeira fila, abrirei olhos, ouvidos e poros para estar no momento. Reafirmarei meus votos infantis: sorrirei para àqueles que estiveram comigo quando eu estava sozinho, sem perspectivas, tal qual cão rabugento sem dono, quando na escuridão da noite, me arrependi de coisas que fiz e de que não fiz. Sorrirei para àqueles que sonorizaram o vazio do meu coração, acalmaram meus aperreios e me fizeram perceber que o tempo e um dia depois do outro é tudo que precisamos para consertar as coisas.

Sabedora de solidões e vazios d´alma, Sofia Coppola, generosamente, incluiu “I Don't Like It Like This” na trilha do silencioso, contemplativo e amável “Marie Antoinette”, dando ainda mais graça à uma personagem perdida em sua própria trajetória. Essa, uma das canções que mais tive apego, que mais me acalmaram o espírito, sendo como uma marca invisível de momentos significativos, como quando colocava o filme todos os dias antes de deitar, como criança que gosta de ouvir a mesma estória por noites sem fim. "I Don't Like It Like This” é mergulhar nas primeiras horas da manhã e de ressaca em água corrente fria, na vã tentativa de lavar o passado.

Atualmente, percebo que não há músicas boas ou ruins, mas sim músicas que se encaixam exatamente nos seus sentimentos, te dizendo o que ninguém te diz, te fazendo acreditar em si mesmo quando ninguém mais acredita em você. Boa mesmo é a canção que seu coração ouve e não seus ouvidos.

 

 

Em 46 dias, cantarei junto à tantas outras vozes que precisam lavar a alma: “Já não espero mais sua chamada / Seu silêncio realmente diz tudo / Você tem seus amigos / Eu entendo / Eu não preciso de amor / Eu tenho minha banda”!

 

 

 

 

Serviço:

The Radio Dept. | 06/07 | 22h | Beco 203 | SP

 

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