Tchékhov na estante

segunda-feira, novembro 26, 2012

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Tchékhov estava quieto em uma prateleira empoeira de um sebo. Comprei-o pela bagatela de R$ 2.00 e sabia que ali naquelas páginas amareladas pelo tempo dormiam histórias do âmago humano loucas para serem lidas novamente.

Como se sabe, livros usados carregam consigo fragmentos de seus antigos donos e, diante dos meus olhos, estava um volumei lido nos 70, ficando adormecido em uma estante qualquer. Dentro dele encontrei um bilhete frívolo, um cartão de um restaurante morto e uma nota de 10 cruzeiros.


Mas o que importa mesmo são contos, ainda vivos, ainda atuais, que se dão pela proximidade das relações pessoais. Há inveja, há loucura, há amor. E esse último item, em especial, é o melhor representado pela habilidade única de Anton Tchékhov de fazer brotar o interesse do leitor em situações cotidianas que aparentemente nada teriam de importantes.   


Enfim, enredos que somente gênios podem produzir e nos fazer sonhar.

 

TEMAS MUSICAIS PARA a sexta-feira

sexta-feira, novembro 23, 2012

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Dub Pistols – Back to Daylight

Apesar do concreto cinza e do asfalto negro,o céu está mais azul do que nunca e é isso que importa.

Quando três gifs te fazem rir

quarta-feira, novembro 21, 2012

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Um agoniante.

 

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Um bem esquisito.

 

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E este que é só fofura.

A arte-pop-mashup de Isabel Samaras



Definir o trabalho de Isabel Samaras é difícil, muito difícil. Vemos traços de renascentismo aqui, um pouco de surrealismo ali e pop art por todos os lados.

É um mash up de elementos e referências que dão esse aspecto esquisito/legal que adoraríamos ter em casa.

Um mal gosto que, de tão sofisticado e inteligente, acaba sendo algo digno de um popular e sonoro “puta que pariu, que quadro do caralho!”
 
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+ http://isamaras.wordpress.com/




Você conhece o Manhattanhenge?

quarta-feira, novembro 14, 2012

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Fotografia, vinho e disco de vinil, tem algo em comum: são objetos de culto. Nas três modalidades, os seus amantes buscam informações sobre o que consomem. Quem, onde e como foi produzido, é o mínimo de perguntas que esses apreciadores fazem ao se depararem com seus objetos de adoração.

No caso de fotos deste blog, particularmente sempre busco saber de sua história e dar o devido crédito. Com elas, sempre conheço um lugar sem nunca ter ido. É uma viagem de dados e informações, mas o suficiente para saber o quanto o mundo é grande e quanto ainda não conhecemos.

Com a foto acima, aconteceu algo diferente. Não consegui descobrir o autor, mas o lugar e a situação. Respectivamente: New York City e o Manhattanhenge.

Não seria “Manhattan”? Sim, é a mesma ilha, mas com um acontecimento bem interessante: a cada dois anos, o sol se alinha com as ruas 4, 23, 34, 42 e 57, transformando o entardecer em um espetáculo da natureza com um dedinho do concreto do homem.

A origem do nome é a junção das palavras Manhattan mais Stonehenge, aquele monumento druida famoso do sul da Inglaterra composto por grandes esculturas de pedra localizadas em circunferências concêntricas. Esse momento da foto se deu em julho deste ano, sendo amplamente fotografado pelos nova-iorquinos.

O que quero finalmente dizer é: eu nunca soube desse fenômeno e só fui descobri-lo por um acaso. Mas enfim, nunca é tarde para aprender alguma coisa.

Outras fotos feitas pelas pessoas no mesmo dia, aqui na busca do Flickr: http://migre.me/bQJxB








Delírios da quarta-sexta-feira-prenúncio-de-feriado

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É chegada a hora de cochilar sob o vai e vem de um rabo feliz. E quem não aproveitar, além de ser mulher do padre, vai ser um workaholic chato fazendo pose de competente.

O primeiro single de Johnny Marr

terça-feira, novembro 13, 2012

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Johnny Marr, ex-guitarrista dos The Smiths, lançou hoje (13.11.2012) a música “The Messenger”. Ela fará parte do primeiro álbum solo do artista, e deve sair em 2013.

Só por essa primeira canção, já dá para sentir o clima. Coisa boa vem por aí.

Assista:

 

Notícias do front

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O concreto vai bem, obrigado. E aos poucos se mistura a este sangue de água de coco. Os sonhos com a Bahia ainda perduram. E são sempre os mesmos: os pés enterrados na areia morna, o corpo relaxado sobre uma decrepita cadeira amarela de plástico, o sol queimando a pele, a visão se turvando ao ritmo de ondas ruidosas e da cerveja que esquenta rapidamente.

Mas como disse, no concreto está tudo tranquilo. A riqueza cultural (ou etílica?) me faz esquecer os espetáculos diários do entardecer. E já não me recordo de tantas coisas mínimas. Para reativar essas lembranças, faço algo meio medíocre: mato saudades das ruas sujas onde vivi com o Google Street View.

Uma mania irrecuperável essas nostalgias. Sofro tanto desse mal que, se um dia for acorrentado e chicoteado por 10 anos seguidos, tenha certeza que ao ser libertado, terei saudades do meu carcereiro.

 

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Sigo em frente, pois novas esquinas precisam ser descobertas, vividas. Mesmo que as novas me lembrem das antigas. Para esquecê-las, me apego às paredes. Nelas há arte de rua que sempre evoca uma liberdade surreal impossível na vida, mas bem lógica nos sonhos. E como costumo acreditar, para sonhar não é necessário dormir. É só estar bem consciente. Basta abrir os olhos, e lá estão os pequenos detalhes mágicos que todos ignoram.

Exercito essa ideia ao acordar. Vejo e ouço a sinfonia de carros, pessoas e helicópteros que sobrevoam nossas cabeças a cada instante. Ruídos desconexos da urbe que se unem aos ruídos desconexos de pássaros cantantes que vivem nas parcas árvores que ainda teimam em viver na mixórdia sintética do asfalto. O concreto me seduz e seus maiores representantes são os prédios antigos.

 

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Vejo-os como gigantes vivos e sonolentos. São velhos decadentes que parecem observar com suspiros no olhar. Eles têm certo enfado por ter vivido plenamente dias melhores. Mas gosto deles mais do que os novos. Tanto que estou morando em “um senhor bem antigo” que “uiva como fantasmas de castelos europeus”, tamanho é a força da corrente de vento que assobia entre as janelas. De quebra e se bem concentrado, dá para sentir a vibração dos acontecimentos do passado.

Como disse em outro momento, foi fácil encarar tudo. Na verdade, foi fácil porque tenho incutido na mente essa ideia mágica de que os lugares amontoados de gente de todos os cantos clamam pela minha presença.

 

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Desvendei um clichê: o termo “selva” é real. Não pelo lado selvagem, mas pela quantidade de “espécies” e “floras” de pessoas. Rostos dos mais diversos, dos mais acentuados, narigudos, triangulares, peles opacas, morenas e negras. Ruivos sardentos de crespo cabelo. Índias bolivianas de pernas curtas. Negras altas e charmosas. Asiáticas de pupilas negras e olhos rasgados.

A cidade se mostra em múltiplas culturas e crenças, mas muitos a desprezam. Principalmente os que se proclamam “abastados”. Estão cegos pelo trabalho, pelos seus problemas e até pelo preconceito descabido por sua própria cidade (além de outros estados, lógico).

Os que assim pensam, mesmo os jovens, são velhos decrépitos que desprezam seus próprios semelhantes. Mas não é isso que gostaria de me apegar, pois minha função é desvendar histórias e contá-las do meu modo. Descobrir os segredos da cidade conhecendo pessoas, saindo às ruas, não perguntando ao Google. Essa é a meta.

Aqui, a vida é de vidro e passa sem ruído do outro lado da janela. Tudo é uma paisagem que nasceu nas mentes de ricos descendentes de europeus e postas de pé pelas mãos calejadas de nordestinos descendentes da mãe África. As luzes sintéticas iluminam os sonhos consumistas. Apesar de tudo isso, existe amor em SP. O que não existe são estrelas.

 

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***

Do front, mando boas notícias, apesar dos muitos reveses. E só não desisto porque vim para morrer e renascer logo em seguida, dia após dia, indo além da negação e do medo, que me fará sobreviver ao fim. Há muitas provações, mas também há muitas recompensas neste caminho pedregoso. E é apenas o começo...

Um corredor polonês de minorias

quarta-feira, novembro 07, 2012

Texas-Town-Get’s-‘Romney’-Road-Sign-Painted-Over-With-‘Obama’

 

Um imbecil dito “cristão” que expele pela boca a frase “Deus criou os EUA para dominarem o mundo”, merece o que?

Um corredor polonês de todas as minorias que ele é contra.

 

+ http://goodlawd.com/texas-town-gets-romney-road-sign-painted-over-with-obama/