Sábado (20.04), Tom Zé fez um pocket show gratuito no deck de madeira da Livraria Cultura (Conjunto Nacional), acompanhado dos músicos Daniel Maia e Jarbas Mariz. A apresentação foi parte da programação do Record Store Day, data criada em 2007 para celebrar a cultura do vinil e das mais de 700 lojas de discos espalhadas pelo mundo.
No show, o Tom Zé de sempre: uma festa de muito surrealismo, de “Catártico”, no sentido clássico de “purificação da alma por meio de uma descarga emocional provocada por um drama”, propriedade rara nos artistas atuais, principalmente nos que deveriam levantar a bandeira da rebeldia.
Em outras palavras, Tom consegue evocar uma loucura saudável, criativa, transformando tudo em uma poesia que questiona o cotidiano, fazendo perguntas aparentemente obvias, mas que surgem apenas quando incorporamos aquele “eu lírico” que só vem quando estamos doidões.
Só que Tom Zé não precisa estar louco para nos mostrar o que vê. Ele faz esse trabalho naturalmente, de cara limpa, interpretando a realidade à sua maneira. Ou seja, com graça e delírio, ele conquista até quem não gosta da sua música.
Só vendo pra crer!