Holy (shit) Motors

quarta-feira, janeiro 16, 2013

holy motors

 

(Primeiramente, leiam esta crítica e depois voltem pra cá: http://www.blogdoims.com.br/ims/holy-motors-e-a-ficcao-radical/)

Tenho uma teoria: invente um nome composto, pomposo, imaginativo, repleto de referências a qualquer coisa. Ponha-o em um prato culinário simplório. Ponha-a na decoração brega de sua sala. Ponha-o nas suas camisetas velhas, esburacadas por traças. Ponha-o nos erros grosseiros de ortografia do seu poema.

É uma maneira eficiente de dar uma áurea elevada, inteligente, sofisticada para uma comida, uma moda ou decoração.

Não elaborei esse pensamento sozinho. Ele partiu primeiramente de uma tia bonachona, que fala pelos cotovelos. Depois de assistir na tv uma reportagem sobre algumas peculiaridades da arte, ela disse: “Cague em uma tábua, mantendo o coco em pé. Dê um nome à sua obra, exponha-a e venda por milhões”.

Radical, mas não de toda errada.

A breve introdução foi apenas para dizer que ninguém pode garantir que Holy Motors, do diretor Leos Carax, é um filme bom ou ruim. Alias, os inteligentes podem, afinal, com “tamanhas referências, né?”

Na verdade, a obra é inominável. E com mais ironia, me arrisco com alguns termos pedantes: “Beleza Artística Confusa”. “Revival Cinematográfico Surrealista”. “Fluidez de Gêneros”.

Mas me aquieto com a minha pessoal e intransferível impressão: “Estouro Escrotal Contínuo Por Duas Horas e Trinta”.

Você não é obrigado a concordar comigo. Sou apenas contra uma película que preza mais por suas ótimas influências do que ela mesma. Pois até mesmo a loucura mais pura tem uma mágica nonsense, um “porque” dentro da própria confusão.

Este é um filme para masturbadores mentais que se ouriçam com sua capacidade de encontrar referências. E me peguem na esquina quem não gostou do comentário!