William Gibson é profeta

terça-feira, outubro 17, 2006


"Pattern Recognition", de William Gibson, é um manual de publicidade viral poderoso.



                              


Por Érico Assis


Um dos maiores mistérios da história da Internet foi revelado há poucos dias, quando um garoto de 18 anos descobriu que Bree, a personagem dos filmetes assinados por lonelygirl15 no YouTube, é uma atriz. Jornalistas do New York Times apuraram que os vídeos eram o início da produção de um filme independente.

Os vídeos de lonelygirl15 compõem o diário virtual de uma adolescente norte-americana. Bree fala para a câmera, geralmente do seu quarto, sobre seu dia, suas idéias, seu namorado e suas viagens. A série de 30 vídeos começou há 3 meses.

Além do texto interessante e do ótimo trabalho de edição, os vídeos cativaram uma audiência mundial a seguir o diário e tentar entender sua autora. Havia alguns elementos estranhos: Bree tinha pais extremamente religiosos que quase não a deixavam sair de casa. Ela era inclusive home-schooled - o sistema jurídico norte-americano permite que os pais façam as vezes de escola para seus filhos. Os pais não sabiam dos vídeos.

A audiência cativada deu início a uma investigação. Encontravam "pistas" como uma foto de Aleister Crowley em um dos vídeos, bem como outras referências ao ocultista britânico do início do século XX. Surgiu a turma dos céticos: lonelygirl15 era invenção de alguma empresa para uma campanha publicitária, preparação para algum filme no esquema Bruxa de Blair (e havia "evidências" de que seria um filme de terror) ou uma nova forma de arte.

A comunidade que se formou em torno do mistério saiu atrás de dados como a localização dos IPs dos e-mails que respondiam às dúvidas de fãs. Especialistas em botânica apuraram que as folhagens mostradas em algumas cenas externas correspondiam à vegetação típica da California. Um dos pontos que apontava a invenção era a data de registro do site lonelygirl15.com – teoricamente um site criado por fãs, mas registrado dois dias antes da entrada do primeiro vídeo no YouTube.

Segundo o New York Times, foi o adolescente Matt Foremski, filho de um repórter do Vale do Silício, que encontrou fotos de Bree – na verdade Jessica Rose, atriz neo-zelandesa que mora em Los Angeles – para o casting da lonelygirl15. A partir daí, chegou-se aos cineastas californianos Ramesh Flinders e Miles Beckett. Os dois "confessaram" que os vídeos eram uma versão serializada do que viria a ser um filme.

A jogada de marketing dos cineastas certamente já entra para a história do marketing viral. Lonelygirl15 mobilizou gente de todo o planeta para resolver seu mistério, uma campanha inovadora para promoção do seu filme. Até o momento, não se sabe se a produção deste continuará.












Um comentário:

Anônimo disse...

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