Em vídeo-clips nada se cria, tudo se copia

quinta-feira, março 28, 2013

charlotte-lostintranslationsPRIMADONNA-MARINA AND THE DIAMONDS

Charlotte, sentada em um táxi e com seu olhar triste, sente-se perdida nas luzes de Tóquio. Cena clássica de Lost in Translation.

Já o clip “Primadonna”, de Marina and The Diamonds, tenta recriar esse mesmo clima, com um enquadramento muito parecido.

A questão não é só parecer um plágio. Não é uma acusação. Depois dessa produção da Sofia Coppola, ficou difícil não se repetir quando o assunto é mostrar saudade ou melancolia em um grande centro urbano.

Quer dizer, acho, né…

 

A revista “Contigo” do mundo literário

quarta-feira, março 27, 2013

manoel_bandeira
 

O Livros e Afins publicou essa verdadeira pérola da imagem: o poeta Manuel Bandeira posando despojadamente ao lado de um garoto jornaleiro. Segundo o blog, a foto faz parte de uma das clássicas publicações do Jornal de Letras.

Este informativo pitoresco que rodou de 1949 até 1993, era basicamente “um pouco de revista de fofoca dos artistas, mostrando cenas do dia-a-dia da cidade (Rio), rotina de lanches na Academia Brasileira de Letras, opiniões, picuinhas, publicidade relacionada.”

Sensacional saber que existiu uma época em que, ser um artista famoso, estava ligado intensamente ao pensamento intelectual, a inteligência, ao talento nato.

Bem diferente dos tempos que seguem...





500 Days of Pagode

quarta-feira, março 20, 2013

molejo_kainãçacerda

O ilustrador Kainã Lacerda, “numa lapada só”, desconstruiu a velha obsessão “cool-indie”, em que uma pessoa é mais perfeita quando  seleciona uma playlist “underground”, ou talvez vista a camiseta do “Unknow Pleasures”. 

Acredito que estamos nos baseando demais em personagens fictícios, esquecendo que, na real,  a seleção natural da aceitação vai bem além de nomes de bandas, filmes cults e afins.

Estes itens, infelizmente,  não tornam ninguém melhor. São só coisas frívolas que podem estar te afastando do amor da sua vida.

 

+ http://mostardacrua.blogspot.com.br/

Na terça…

terça-feira, março 19, 2013

 

readissexy_tatto

Não sou afeito a tatuagens. Mas essa, quem sabe…

Uma linha de montagem, um clip de música folk

123_It Gets Dark
 
Estava vendo vídeos no Youtube aleatoriamente, quando parei nessa peculiar linha de montagem de uma fábrica de tablet chinês.

Além da cara de enfado dos seus trabalhadores (em sua maioria, jovens chinesas com sua beleza pop/anime característica), me chamou a atenção, a forma como o cara filmou todo o processo, algo bem fluido, quase um clip.

Enquanto estava vendo o vídeo, escutava a canção “It´s Get Dark”, da banda “1,2,3”, originaria de Pittsburgh, EUA. A música combinou perfeitamente com as imagens, tanto que resolvi fazer esse pequeno clipe não oficial.

Assista:


As imagens originais:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2KDBMgCkvkQ
 
+ https://www.facebook.com/123land
     https://twitter.com/123theband









Você conhece o Pangniu?

segunda-feira, março 18, 2013

Pangniu

Um site de moda para gordinhas, ou, como o mercado prefere, “plus size”. O diferencial deste é ser chinês, além de ter uma única e simpática modelo, Lisa.

+ http://www.pangniu.info/

Momento fim-dos-tempos da computação gráfica

dragonsexcar

 

Há de haver uma boa justificativa para um sujeito gastar tecnologia, tempo e imaginação em uma imagem tão desconcertante. E quem souber do que isso se trata, não tarde em me informar, por favor.

O “faça o que você ama” ainda está valendo

littlemissshunshine_deniac

Little Miss Sunshine” (2006).

 

Mesmo que os dias sejam duros, passe por dificuldades, e o amanhã seja uma nuvem cinza, carregada de chuva fria. O resto que se f@#*$.

Teste mobile

sexta-feira, março 15, 2013




Só um pequeno teste móvel.
 

The Raveonettes: She Owns The Streets

quarta-feira, março 06, 2013

deniac_raveonettes
 
The Raveonettes prepara novo álbum, chamado Observations. Deve “chegar às lojas” (faz-me rir esse termo), no dia 11 de setembro.

Enquanto isso, ouça uma prévia do que vem por aí, de uma das bandas mais legais surgida nos anos 2000.
 
 

My Blood Valentine, faixa a faixa

segunda-feira, março 04, 2013

deniac_MBV_mybloodyvalentine


Hoje vou destilar palavras como quem morre amanhã. Nada de padrões técnicos ou estéticos de jornalismo. A coisa aqui vai ficar do jeito que meus sentimentos ordenarem. São 22 anos de espera para quem ouviu “Loveless” em 1991, e 13 para mim, já que só ouvi em 1995 (sim, vivi em um mundo sem internet e não era nada legal).

Esperar anos por um novo disco quase mítico, foi algo que realmente não esperava que acontecesse. Mas finalmente, eis que surge este “MBV, cheio de tudo o que os fãs gostam.


Li críticas esparsas e uma palavra foi bem incomum: datado. O que sempre me pergunto quando ouço isso é, por que carambolas as pessoas se pegam em termos que nada significam, já que música é um produto sem data de validade, que quando bem feita se eterniza de pronto?

O que vocês querem? A cada segundo que passa, você fica datado. Tudo o que passa é datado. Nada permanece intocável e pleno. Enfiem a palavra em suas nádegas e vão ouvir novidades nunca datadas da Billboard ou o Top Ten da MTV.

M.B.V (2013)



1 -  She found now

Tudo começa do exato momento que eles deixaram em 1991. Intacto como um quarto de adolescente morto. Ouço resquícios de City Girl, canção solo de Kevin Shields famosa por estar na trilha de Lost in Translation. Nostalgia pura em pleno 2013. Ainda permanecem os sussurros sutis, o clima cinzento provocado por guitarras roucas. As famosas distorções elegantes que se encaixam perfeitamente com alguma história de amor não correspondida, um coração partido ou a mais pura solidão.


2 - Only tomorrow

Bilinda Butcher tem voz de sonho, de fada encharcada de absinto. Estendendo cada pequena frase por minutos. E sábias são as palavras ditas: somente amanhã que o amor vem fácil. Só depois que tudo vem e te destroça é que você entende o que aconteceu. Talvez um conselho para os não experientes: somente amanhã você entenderá o amor. Enquanto isso, batidas quebradas, mas suaves, preguiçosas para dias preguiçosos. Solo lento, distorção de portas rangentes. Qualquer ruído é música de amor para o My Bloddy Valentine. É onde reside a genialidade da banda.

3 - Who sees you

Aqui continuamos com a chuva básica das guitarras barulhentas. Frases desconexas, incompletas (?), interrompidas por qual motivo? “Alguns acham que o disco é mais estranho do que 'Loveless'. Mas eu sinto que ele realmente nos liberta de algo", disse o vocalista e guitarrista Kevin Shields. Ok, então é isso. Loucura.

4 -  Is this and yes

Um “órgão” até então nunca ouvido nos trabalhos do grupo inicia esta faixa. E novamente é a voz de Bilinda que vem por trás dos sons, mais angelical do que nunca.

5 -  If i am

Hora do mergulho clássico nas ondas suaves de camadas de vozes. Mar de deja vu, com toques eletrônicos. O velho MBV repete a fórmula, mas nada de auto-plágio. É estilo. Existem canções boas e ruins. E essa, em especial, é inebriante.

6 - New you

Batidinhas sexy-dançantes, com guitarras em efeito Tremolo que nos remetem a How Son is Now, do The Smiths, cheia de graça e nível “pop” na medida certa. Hora de olhos fechados para sentir o sol, o ar nos pulmões, ou o corpo alheio que tanto se deseja.

7 -  In another way

Talvez a faixa mais “difícil” do álbum, com repetição das batidas, sempre fixas, mas com ótimas linhas de guitarras e teclados nostálgicos. Um turbilhão de imagens forma-se na mente, mas não sei qual direção seja a mais precisa, a que devo seguir. Apenas ouço.

8 - Nothing is

São 03´:33`` de uma batida, digamos, country, com guitarradas repetitivas. Puro esporro sem preocupações maiores.

9 - Wonder 2

E o disco termina como um jato continuo sobrevoando os céus. Um apoteótico final em que o ruído fica à frente das vozes. Uma grandiosa ópera noise que só agrada aos cultuadores de experimentos sonoros nos níveis de Sonic Youth ou Medicine.

Ou não. 8-D