Você viu primeiro aqui, stalker!

segunda-feira, fevereiro 28, 2011


 

Despreocupado, ando  pela cidade onde todos me odeiam. Percorro as ruas reconhecendo cada esquina, retirando de cada pequeno pedaço de tijolo nas paredes, uma lembrança selvagem. 

Garrafa de vinho barato que explodia contra o asfalto aqui, regurgito súbito na madrugada, debaixo de uma árvore, ali. Em casa, escrevo.

Sinto-me bem em saber que seus olhos estão passeando por estas palavras e que elas são como micróbios nojentos que te corroem a íris. Sinta-se assim, ultrajado (a), cuspido (a), escarrado(a). 

Com uma trilha sonora, feia e ruidosa, me cubro com um campo de força invisível que me dá a falsa sensação de que não estou aqui. 

Só assim, consigo respirar o mesmo fétido ar que tanto você se orgulha.

A mais bela imagem de Itacimirim

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Ela foi feita por Daniel Götz, de Santana de Parnaíba, São Paulo. O lugar tem uma das mais belas praias de minha cidade (Camaçari). Bons momentos foram vividos aqui, principalmente numa certa casa de Dona Etelvina. Se não me engano, este é um amanhecer, que também visualizei quando estive por lá…

Autoajuda de segunda: Desperte!

 

Acorde somente para os seus sonhos.

 

 

Ilustração: Lorand Adorjan

+ http://www.flickr.com/photos/55667629@N04/with/5471401234/

 

O mundo pictográfico de Viktor Hertz

domingo, fevereiro 27, 2011

 

 

 

 

 

+ http://www.flickr.com/photos/hertzen/

O lado escuro (e enfumaçado) da lua

sexta-feira, fevereiro 25, 2011


Quase flutuando, sentindo no rosto o bafo quente do dragão, te esperarendo nas gigantescas crateras lunares e sem atmosfera.

John Cusack interpreta Edgar Allan Poe

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John Cusack interpreta o genial e lúgubre Edgar Allan Poe no filme The Raven, que deve sair ainda este ano. O historia se passa nos últimos cinco dias de vida do escritor, em que se encontrava como um mendigo, em estado de delírio, falando coisas sem sentido, totalmente transtornado, morrendo de forma misteriosa.

Promete!

A Didimocótização da beleza

 

 

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De tendência, eu entendo!

 

Sexta-delírio: Todas as garotas perdidas do universo

 

Todas as garotas perdidas do universo, em uma sexta-feira, buscam olhos em chamas para esquentar seus gélidos corações. Daí saem às ruas como débeis embriagas em éter, sôfregas por braços amorosos e lábios que sepultem a sua solidão.

Mas o que todas as garotas perdidas do universo talvez não saibam, é que suas escolhas (e não o mundo) estão erradas. Buscam o óbvio fascinante da superfície e ignoram o complexo firmamento das coisas simples e invisíveis.

Elas insistem em não se deixarem levar por brisas límpidas!

Elas insistem em não abrirem-se ao inusitado!

E é para todas as garotas perdidas do universo que escrevo: limpe sua mente, limpe seu coração, limpe seu corpo, limpe sua vida, limpe seu quarto.

 

:::

 

[Em tempo: a ilustração é de Zain 7, uma artista de Tóquio que sintetiza a moderna alma solitária dos grandes centros urbanos. Uma poetisa da imagem!]

 

+ http://zain7.deviantart.com/

O Cisne Negro por um fan art

quinta-feira, fevereiro 24, 2011




Você que adorou BlackSwan e é um perfeccionistaneurótico, dedicado, cheio de pressão social, familiar e pessoal, tentandoprovar sei-lá-pra-quem que é foda, baixe este lindo wallpaper feito por um fan art maluco chamado Quilaquil Kirk.

Clique aqui e não seja feliz.


Uma canção para Dexter Morgan

quarta-feira, fevereiro 23, 2011



Você, pessoa antenada, que ama sci-fi, música, cinema, televisão e tecnologia, vai adorar o som dos americanos do 9giants.

Em tempos de “mais do mesmo” ou do “nada se cria tudo se copia”, mandaram bem nessa boa sacada de se inspirarem no seriado Dexter para dar vida a canção “Monster Mouth”. Por incrível que pareça, o refrão me remete muito ao grupo R.E.M. 

Boa trilha para os fãs do serial killer mais legal do mundo.

Momento Roland Barthes: transformando um elefante em Pelé

Dando sentido a tudo que o que o rodeia, o homem definiu o signo como "aquilo que está no lugar de alguma coisa". O signo existe para remeter  algo fora dele mesmo, ou melhor, para representar o que não é dele próprio.

O artista inglês Paul Trevillion,  foi a um programa da Sky Sports e transformou um desenho de um elefante em um retrato de Pelé. Sem querer (ou querendo), provou que os signos refletem e refratam a realidade visada pela representação.

Ou seja, qualquer coisa pode representar qualquer outra coisa, bastando apenas inventar um sentido.

 

Saca?

Autoajuda de segunda: Tentativa não há

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

 

Luke - Eu não acredito nisso.

Yoda - Por isso que você falha.Tentar não. Faça, ou não faça. Tentativa não há.

 

 

Tentar é fazer com a intenção de falhar!

Na sexta, um delírio

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

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Abra-se para o novo e o inusitado!

Três parágrafos para o bom jornalismo


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“Acho que o jornalismo, e não o Times, está sendo ameaçado pela internet. E o principal motivo é que a internet faz o trabalho de um jornalista parecer fácil. Quando você liga o laptop na sua cozinha, ou em qualquer lugar, tem a sensação de que está conectado com o mundo. Em Pequim, Barcelona ou Nova York...

Todos estão olhando para uma tela de alguns centímetros. Pensam que são jornalistas, mas estão ali sentados, e não na rua.

O mundo deles está dentro de uma sala, a cabeça está numa pequena tela, e esse é o seu universo. Quando querem saber algo, perguntam ao Google. Estão comprometidos apenas com as perguntas que fazem. Não se chocam acidentalmente com nada que estimule a pensar ou a imaginar.

Às vezes, em nossa profissão, você não precisa fazer perguntas. Basta ir às ruas e olhar as pessoas. É aí que você descobre a vida como ela realmente é vivida”.

Gay Talese

John Lennon e a Morte do Cisne

 

 

Uma cacetada vinda das ruas, bem no meio da mente fechada e egoísta da elite cultural!

Autoajuda de segunda: conecte-se

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Conecte-se como o que há de melhor em seu coração. Conecte-se com o que realmente te faz bem. Há vários caminhos, infinitas direções. Escolha qualquer uma, contanto que faça o que tem que fazer.

Você é aquilo com o que se conecta!

 

 

Ilustração: "Fields", de Luís Alves 

+ http://www.flickr.com/photos/urban-myth/

Na sexta, um delírio: faça a coisa certa

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

 

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Mr. Pink - “Matou alguém?”

Mr. White  - “Tiras”

Mr. Pink - “Não matou pessoas de verdade?”

Mr. White - “Não, só tiras”

 

Faça sempre a coisa certa, e acrescentadas outras coisas vos serão.

 

 

Yeats e a arte de conquistar mulheres com poesia

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

 

Em um texto muito bem humorado e interessante, o jornalista Scott Raab dá uma dica um tanto fora do comum, lá na sua coluna da ‘antenadísima’ e ‘testosterônica’ revista Squire: nada de esnobismos, conversas fiadas e já manjadas. O lance para surpreender e conquistar uma mulher, está na ação de ler e por no coração os poemas do irlandês William Butler Yeats.

Só isso.

Claro que a ideia não é parecer um babaca arrogante, metido a culto, cuspindo frases decoradas à toa. É sorver a essência do poeta, para que as conversas iniciais sejam repletas de frases inspiradoras, encantadoras e quem sabe, até engraçadas. Pois nada melhor do que fazer uma garota (o?) rir (não da forma pejorativa, ao menos) de suas gracinhas e gracejos.

Concordo com o Scott.

Qualquer um pode fazer um “remix narrativo” dos grandes clássicos e usa-los de modo inteligente, fazendo assim a grande diferença. E ele ainda tira onda: “Não me agradeça. Apenas leia Yeats”.

Para finalizar, aqui está um trecho de “Aedh deseja os tecidos dos céus”, um dos melhores poemas do Yeats, cheio das nuances básicas que resumem o tema. Tente na prática, se for capaz:

“Fossem meus os tecidos bordados dos céus,

Ornamentados com luz dourada e prateada,

Os azuis e negros e pálidos tecidos

Da noite, da luz e da meia-luz,

Os estenderia sob os teus pés.

Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos.

Eu estendi meus sonhos sob os teus pés

Caminha suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos”.

 

Agora, o original em inglês, para não perder a métrica:

"Aedh wishes for the cloths of heaven

Had I the heavens’ embroidered cloths,

Enwrought with golden and silver light,

The blue and the dim and the dark cloths

Of night and light and the half light,

I would spread the cloths under your feet:

But I, being poor, have only my dreams;

I have spread my dreams under your feet;

Tread softly because you tread on my dreams".

 

P.S: E esse desenho de Jillian Tamaki? Ilustrou direitinho a matéria!

+ http://www.jilliantamaki.com/

   http://apoesiadeyeats.blogspot.com/

Autoajuda de segunda: irrigando a mente...

segunda-feira, fevereiro 07, 2011


...Com livros, imagens, filmes ou detalhes ínfimos da vida. Pois daqui nascem coisas impossíveis que, vez ou outra, tomam forma na realidade.

Sexta

sexta-feira, fevereiro 04, 2011









No banquete de Agaton, onde se bebeu mais do que se comeu, descobriu-se que todo homem e toda mulher, procuram sempre o seu contrário:

- O que deseja, deseja aquilo de que é carente, sem o que não deseja, se não for carente.

Aprenderam então:

- Coma tudo o que lhe faz bem.



Ilustração: Cesar Guevara

Phantogram no Late Night

quinta-feira, fevereiro 03, 2011




Ontem a noite (03.02.2011), o Phantogram fechou Late Night with Jimmy Fallon. Tocaram “Mouthful Of Diamonds”. Coisa linda de ser ver! 


Hoje, um "virtuose do ruído" faz 55 anos






Parabéns, Lee Ranald, por fazer do barulho, uma arte.


Messias: pop para velhos adolescentes

terça-feira, fevereiro 01, 2011



Não adianta, não posso negar, não posso me forçar a ser o que não sou. Estou preso ao meu passado. Preso a uma eterna adolescência frugal e divertida. Por isso é fácil declarar: tudo que é novo eu não sei dançar!
 
E ponto final.

Não sou obrigado a gostar de novos e insossos revivals. New rock, new have, new-sei-lá-mais-o-que. Se os rockabillies são felizes presos nos anos 50, por que não posso estar preso ao pós-punk, ao final dos 80/início dos 90 e ser simplesmente, eu? O que me impede de ouvir as novas bandas que bebem dessa fonte e detonam meus ouvidos (no bom sentido), sem a preocupação de salvar porra nenhuma?


Por isso que é uma satisfação e um deleite estar em um show do Messias, remanescente da eterna e amada "brincando de deus": é voltar a sentir o coração pular com harmonias encantadoras. É bater palmas e gritar “uhu” com vontade e alegria a cada canção executada. É estar feliz por compartilhar calado um momento bom, com alguns outros anônimos que sorvem do mesmo estilo, ou ao menos, simpatizam com algo próximo ao som frio de Manchester ou Glasgow. Se você gosta, sabe o que estou falando. Sabe desse sentimento perdido, de estar no lugar errado, na época errada.


Não sei se outros sentem o mesmo, mas sou órfão de uma época que não vivi plenamente. Assisti de longe, do outro lado do atlântico, através dos olhos de jornalistas cheios de soberba, de revistas “off-lines” e antigas, as grandes festas acontecerem. Recebi a “maldição” de nascer no Brasil". Sim, sem demagogia: você é infeliz pra cacete quando é jovem e perde os grandes eventos do resto do mundo. Infeliz pra caralho quando o tempo passa rápido, envelhece, as bandas do seu coração morrem e o que te resta são grupos bobalhões cheios de alegria “esperta”. Os novos velhos moribundos amam mesmo a louca chuva de sons sujos e distorcidos, criados com pedais e amplificadores.

 
Apesar de preso materialmente aqui, o coração se liberta, se eleva ao que Neil Gaiman me ensinou: “às paragens etéreas do sonho”. E enquanto ícones como Messias existirem, velhos-adolescentes sem grana como eu, podem ficar tranquilos e abrir um sorriso sincero dentro da escuridão mágica de um teatro cheio dos mesmos rostos (agora envelhecidos) desconhecidos do passado. Assim, quem sabe, consigo simular como eram os velhos shows em Manchester.



Não man, não tive grana para atravessar o país, tão pouco o atlântico. Por isso, Messias, como artista, foi importante na construção da trilha sonora de uma juventude interiorana que ainda persiste. Só que, atualmente, ele não está no centro das atenções. Não é a "batida do momento". A atual juventude, se farta das coisas rapidamente (graças a Deus, não todos). Agitada que é, boceja ao mínimo de sensibilidade. Ainda bem! Fica aquele gostinho egocêntrico de "underground".

(29.01.2011 - Teatro Eva Herz - Salvador - Bahia)