Despreocupado, ando pela cidade onde todos me odeiam. Percorro as ruas reconhecendo cada esquina, retirando de cada pequeno pedaço de tijolo nas paredes, uma lembrança selvagem.
Garrafa de vinho barato que explodia contra o asfalto aqui, regurgito súbito na madrugada, debaixo de uma árvore, ali. Em casa, escrevo.
Sinto-me bem em saber que seus olhos estão passeando por estas palavras e que elas são como micróbios nojentos que te corroem a íris. Sinta-se assim, ultrajado (a), cuspido (a), escarrado(a).
Com uma trilha sonora, feia e ruidosa, me cubro com um campo de força invisível que me dá a falsa sensação de que não estou aqui.