O que Eu Mais Desejo

segunda-feira, junho 04, 2012

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Dois irmãos partilham de um desejo em comum: a reconciliação de seus pais separados e o retorno a uma felicidade em família que os transmitia a unidade e segurança necessária para suas vidas de criança. E o que fazer para este pequeno milagre acontecer? Simples. Com a fantasiosa “energia despendida” quando dois trens bala se cruzam. Este é o enredo básico do sutil e emocionante O que Eu Mais Desejo (I wish/Kiseki), escrito e dirigido por Hirokazu Kore-Eda.

Acredito que passar mais informações é estragar uma série de eventos que culminará em uma sequência de cenas das mais simples e ao mesmo tempo, das mais bonitas que já vi no cinema. E podem dizer que é um gigantesco exagero da minha parte porque realmente é.

 
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Não me importo, filmes como esse devem ser exaltados pela sua força transformadora do espírito. Mostram com uma incrível competência, as sendas que possivelmente (repito, possivelmente) levam o espectador a encontrar uma sensibilidade inerente nas pessoas e, sim, nas coisas. Pois tudo, absolutamente tudo ao nosso redor, quando bem observado, nos é de suma importância, faz parte de nossas vidas.

Caso algum tipo de comparação seja necessário, posso garantir que esta é uma suave mistura de Os Goonies e Conta Comigo, acrescido de um ar infantil, pueril, que diverte olhos e coração.

 
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Em um primeiro momento, parece se desenrolar de modo lento, monótono, mas em seguida, percebemos que foi um tempo de adaptação. Não é um filme “ocioso”. Esse tempo em que nada acontece é necessário para entrarmos no universo da estória e nos familiarizarmos com os personagens, a ponto de crermos realmente que tudo acontece de verdade.

Claro que essa sensação de real, de “documentário”, se dá graças a atuação das crianças (todos atores amadores), que mais parecem se divertir do que encenar. É tão verossímil que há uma vontade surreal de estar ali, fazendo parte do grupo.

Não há nada de pesado, de preocupante em toda as duas horas de projeção, apesar de tratar um tema tão triste e delicado quanto a separação de uma família e a melancolia por dias melhores que não mais acontecem.
Este é um “filme de turminha que enfrenta uma grande aventura”, para adultos se emocionarem e nunca esquecerem que sonhos existem para serem realizados. Um manifesto zen-budista (mesmo sem essa pretensão) sobre os milagres que nos rondam.

Trailer oficial: