Hoje (12.01.2012) é o segundo aniversário do devastador terremoto que matou cerca de 300.000 pessoas no Haiti. E se você acha que as coisas mudaram por lá, está muito enganado. Somente metade do entulho foi limpo e a “reconstrução” perdura até hoje.
Enquanto os noticiários alardeiam sobre a “crise” na Europa (colapso de europeu deve ser viver sem geléia nas torradas ou um bom pinot na adega), um relatório divulgado esta semana pelo presidente Michel Martelly, diz que cerca de 4,5 milhões sofrem com a escassez de alimentos, 60% da população estão sem trabalho, 800 mil vivem sem eletricidade, 500 mil continuam sem saber ler nem escrever e 08 entre 10 pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia. Miséria, meu irmão, muita miséria!
A tragédia originou um fenômeno de imigração em massa ao Brasil que pode ser comparado aos êxodos do início do século 20. O Ministério da Justiça calcula que, nestes dois anos, cerca de 4.000 haitianos tenham cruzado a fronteira de países vizinhos ao Brasil e alcançado municípios dos Estados do Acre e do Amazonas.
De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, há cerca de 4 mil haitianos no Brasil e cerca de 1,6 mil já estão em situação regular. A situação será definida por resolução do Conselho de Imigração do Ministério do Trabalho. Quem chegar depois da edição da resolução não será beneficiado.
O que me preocupa é que, em um país como o nosso, onde os próprios brasileiros rejeitam brasileiros, imagina o que esta pequena multidão não vai sofrer?
Sei que não posso fazer muita coisa daqui por esse povo, mas não custa lembrar que o país continua desolado e que ainda há um caminho e tanto para percorrer nos seus esforços de recuperação. Vamos ver se a grande mídia ainda lembra desse fato e desperte algum sentimento em quem realmente tem o poder nas mãos.
Na sequência, imagens disponibilizadas por agências de notícias:
Thony Belizaire / AFP / Getty Images
Swoan Parker / Reuters
Swoan Parker / Reuters
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