…mas volto com tudo em uma semana.
Pauso, não nego…
segunda-feira, janeiro 27, 2014
As manchas vivas de Borondo
sexta-feira, janeiro 17, 2014
Não tenho muitas informações sobre Borondo, artista espanhol que esteve por aqui no ano de 2013, participando do Concreto - Festival Internacional de Arte Urbana.
Felizmente, o que pode se perceber claramente, são as suas criações, imagens marcadas por uma certa liquidez borrada, como uma mancha de parede que toma vida.
Sobre a ilustração acima, feita em Fortaleza, no Museu de Arte Contemporânea do Ceára, ele comenta a obra.
“Em Fortaleza, é mantida viva uma tradição cultural antiga chamada Maracatu, que refere-se aos escravos africanos que chegaram durante a colonização.
A intervenção foi feito no exterior do centro de cultura “Dragão do Mar", onde o museu está localizado.
Usei algumas características muito simbólicas, típicas dessa tradição, para contar a história da região e do período da colonização do continente”.
The Newsroom: aula de jornalismo para estagiários, focas ou veteranos
segunda-feira, janeiro 13, 2014
Mariposas tontas apaixonadas, orientadas não pelo brilho da lua, mas pela luz artificial dos postes. Acredito que essa possa ser a metáfora mais próxima para estudantes de jornalismo, seres oriundos do mundo de Morpheus, bobos e sonhadores por natureza.
Falo com ganho de causa, afinal, fui assim. Aliás, sou assim. Mas tenho consciência. Pago, literalmente, muito caro por isso. O peso dessa insistência em certos aspectos da profissão, cai pesadamente sobre os ombros.
Mas, como para quase tudo há uma cura (até mesmo o devaneio em questão), será que existe uma receita que ajuda contra esse doce feitiço que sempre ataca os olhos puros dos infantes?
Sim. Acredito que The Newsroom seja o balde de água fria (no bom sentido) necessário para tirar as remelas secas de quem segue o caminho. Estrelada por Jeff Daniels e escrita Aaron Sorkin (ganhador do Oscar pelo roteiro de “A Rede Social”), os acontecimentos da série se passam nos bastidores de um telejornal americano.
Além de roteiro formidável, The Newsroom é aula de um jornalismo que jamais chegaremos a ver. Uma utopia sensata, um norte, um guia para estudantes ou até mesmo profissionais calejados, para tentarmos nos espelhar no que ali é mostrado.
No enredo, há dois pequenos pontos que, apesar de divergentes, são o cerne da coisa toda: as grandes decisões, com apurações acertadas e, “tchan nam nam nam”, os grandes erros que ali são cometidos.
Ah, esses fabulosos equívocos que nos fazem suar frio, gaguejar até revirar os olhos ou sujar as calças. O salgado gosto de errar no jornalismo e suas dimensões inimagináveis.
Quem viveu um grande engano nesse meio, sabe as consequências drásticas. Dentro desse universo tão amplo, complicado e egóico, em que âncoras e colunistas são deuses de um panteão superior aos dos gregos, um mínimo deslize pode tomar proporções gigantescas.
E na série, isso não é deixado de lado. É o que faz ser tudo tão genial. Mas não ache que sou um pessimista, pois nem tudo são ardores d´alma, meus queridos.
O faro dos personagens para encontrar notícias, lapidá-las e transformar tudo em show, é impressionante. São lições que jamais teremos na escola, que proporciona deleite ao telespectador a cada fim de episódio.
Claro que pode haver exageros de minha parte. É apenas uma opinião rasa de tudo. Em caso de você conferir in loco, e achar que fui errônea em minhas palavras, ao menos perceba que a série pode ser um portal para um nível de pensamento superior. Ou, como bem disse o Matheus Souza, de O Globo, “The Newsroom’ me dá vontade de ser uma pessoa melhor”.
Por isso, meus caros coleguinhas, assistam The Newsroom. Reforcem seus votos de fé nesse grande engodo que chamam de dom, nessa deliciosa arapuca que sabemos que poderemos cair e nos espatifar, mas que, mesmo assim, fechamos os olhos e curtimos numa boa.
Não estou sozinho nesta. Segundo o grande Duda Rangel, há 10 razões para ainda se acreditar no jornalismo. Uma delas é esta: “vejo muitos jovens com um puta tesão de resgatar os bons valores e ideais do jornalismo. Sim, há esperança. Com fé, em pouco tempo o Galvão Bueno se aposenta. Isso também já vai ajudar muito”.
Delírios à parte, por favor, fiquem firmes.
Vamos todos nos esquecer da parte ruim que nos circunda. Vamos todos juntos mergulharmos na desgraça, nos deixar seduzir pelo maldito canto da sereia.
Depois, o pior que pode acontecer é ouvir as vozes de nossas mães ecoando fantasmagoricamente em nossos pensamentos: “Eu te avisei que engenharia seria melhor”.
É isso, assistam The Newsroom.
+ http://www.episodioscomentados.com.br/search/label/The%20Newsroom
Como escolher um vinho com um fluxograma
quinta-feira, janeiro 09, 2014
Amplie a imagem com o botão direito em “Abrir link em uma nova guia”.
Acredite, para cada ocasião, há sempre um vinho ideal. A premissa é verdadeira, e foi posta à prova pelo pessoal da Wine Folly.
Eles desenvolveram esse fluxograma detalhado, fácil de usar, que inclui vinhos para celebrações como aniversários ou réveillons, ou mesmo momentos solitários, em que você queira apenas enfiar o pé na jaca.
Ainda prefiro uma outra cartela, também feita por eles, por ser bem mais direta, simples. Mas essa, se bem estudada, pode lhe ajudar a escolher a garrafa certa para fazer o momento perfeito.
Bon appétit, cher!
Neil Gaiman, como Charles Dickens
quarta-feira, janeiro 08, 2014
Na tarde do dia 14 de dezembro de 2013, o celebrado autor Neil Gaiman caracterizou-se como outro imortal, Charles Dickens, para recitar o conto “A Christmas Carol”.
Ao lado de Molly Oldfield, autora de “The Secret Museum”, a leitura transcorreu por cerca de 86 minutos.
A ação foi promovida pela New York Public Library, que disponibilizou as fotos e o áudio do evento.
Ouça:
Não transe com quem não possui livros em casa
terça-feira, janeiro 07, 2014
Os falsos idolos de Tricky
O sol está intenso no sudeste. Em períodos assim, tudo combina com alegria, sorrisos, ou temas praieiros. Infelizmente, este não é o espirito que me inspira no momento. Tudo bem que desejei durante um ano inteiro de frio intenso que o calor viesse e aquecesse a vida...
Ele chega, faz seu trabalho direitinho. Mas logo, o paraíso vira inferno. A lua de mel tropical dura apenas uma semana. Depois, resta suor na camisa e pele ardida. E nesta selva, a de pedra, tudo se amplifica.
Os altos e baixos do tempo e do humor são difíceis de entender, mas temos que nos adequar a eles. Por isso, em meio a minha epifania rabugenta, declaro que o som do verão de 2014 (apesar deste ser um lançamento de 2013) é o álbum “False Idols”, do Tricky, rei do trip-hop, aquele mesmo de voz arrastada, que canta sussurrando de modo sinistro.
Infelizmente, mesmo com as facilidades da comunicação atuais, ainda não tinha degustado todo o álbum, considerado pelo próprio artista, superior a Maxinquaye, seu primeiro disco e um clássico do estilo.
Nas faixas, as mesclas sonoras já conhecidas, as construções de beats torpes, elegantes, darks, com o plus dos vocais lindos de gente como Francesca Belmonte, Fifi Rong, Nneka, Peter Silberman e, pasmem, Chet Baker.
É mais um bocado de grooves lentos, bem trabalhados, super “cavernosos”, para você adicionar a sua coleção. Ideal para quem está cansado desta sucessão de falsos arco-íris na moringa que é o verão no asfalto.
“False Idols” soa como a mais pura diversão. Ótimo para descer a serra, cair no mar, fazer aquela balburdia com os amigos… Só que não.
Deguste: