A imaginação nunca produziu lá grande coisa. Um talento excepcional me faz falta, até entristece por vezes. Mas nada de lançar a culpa em pessoas, em lugares. Afinal, sou a síntese de processos inimagináveis e incontáveis, produzindo o que sou, meus pensamentos mais profundos, e minha personalidade.
Ao olhar o outro por esse ângulo, todos somos vítimas. Como crianças sentadas em círculo, tal qual a brincadeira do telefone sem fim, só que, ao invés de uma mensagem secreta sussurrada ao pé do ouvido, é passado adiante um tapa ardente na nuca.
Em uma roda pequena, podemos facilmente apontar o primeiro a passar o sofrimento, mas, na história da humanidade, “tocaiar” o bofete inicial que produziu todas as injustiças que pairam no planeta, é impossível.
O máximo a ser feito é não dar continuidade. Afastar-se calado, deixar que o tempo corroa os sentimentos. Particularmente, sou como o nômade desta canção eletro-minimalista sem letra do Pantha Du Prince, que na minha imaginação, bate em retirada de um lugar que não lhe fornece alegria, conforto e segurança.
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