Tchékhov estava quieto em uma prateleira empoeira de um sebo. Comprei-o pela bagatela de R$ 2.00 e sabia que ali naquelas páginas amareladas pelo tempo dormiam histórias do âmago humano loucas para serem lidas novamente.
Como se sabe, livros usados carregam consigo fragmentos de seus antigos donos e, diante dos meus olhos, estava um volumei lido nos 70, ficando adormecido em uma estante qualquer. Dentro dele encontrei um bilhete frívolo, um cartão de um restaurante morto e uma nota de 10 cruzeiros.
Mas o que importa mesmo são contos, ainda vivos, ainda atuais, que se dão pela proximidade das relações pessoais. Há inveja, há loucura, há amor. E esse último item, em especial, é o melhor representado pela habilidade única de Anton Tchékhov de fazer brotar o interesse do leitor em situações cotidianas que aparentemente nada teriam de importantes.
Enfim, enredos que somente gênios podem produzir e nos fazer sonhar.
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