O sol dá um beijo morno na pele molhada. O vento roça entre os pêlos lisos do braço e sopra o seio nu, que de pronto se intumesce. A água ondula débil e reflete o rosto disforme. Pelo nariz, uma gota transparente de muco escorre preguiçosa pelo buço. Os ouvidos deixam-se levar pela canção da vida lá fora...
Os pés, lá em baixo, estão relaxados e seguros à beira da piscina, mas nem imaginam que, lá em cima, coração e cérebro estão em conflito, numa guerra sangrenta e negra, em contraste com o dia azul e sublime que logo vai se findar.
Foto: Olivia Larrain Heiremans
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