As manifestações estudantis em curso no Chile começaram como um protesto contra os altos custos do ensino superior. Por lá, não existem universidades gratuitas. As instituições privadas podem operar mas, por lei, não poderiam ter fins lucrativos. A mensalidade cobrada tanto em universidades públicas quanto privadas chega a US$ 400.
Para lidar com o custo, há programas de crédito estudantil que resultam em endividamento dos jovens. Operadas por bancos privados com altas taxas de juros, as dívidas foram um dos estopins dos protestos.
Desde então, estes eventos têm atraído outros segmentos da sociedade chilena, todos embasados em frustrações como baixos salários, saúde precária, entre tantas outras questões. A polícia, claro, recebe as manifestações com muito gás lacrimogêneo e canhões de água fortíssimos.
São cenas fortes, repletas de violência, mas que captam algo mais em cada imagem: uma certa beleza que incendeia o coração com a vontade de mudança. A revolta que, nós risonhos e carismáticos brasileiros, não sabemos cultivar.
Os ratos corroem nossa casa, mas preferimos fingir que tudo anda no seu devido curso.
As fotos são de Lane Turner, fotojornalista do The Boston Globe.
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