Reproduzo hoje, neste blog, texto do grande cronista da fuleragem pernambucana, Chico Sá. Ele discorre sobre alguns itens básicos para que alguns colegas de profissão em início de carreira, deixem de imediato ou se apaixonem de modo sublime e desvairado pelo o santo oficio da escrita diária. Para isso, usa como mote o filme “Diário de um jornalista bêbado”, já tratado em demasia nesta bodega AQUI e AQUI.
Segue:
"Aprecio a lenda gringa Hunther S.Thompson (1937-2005) até a tampa da última garrafa de rum do Caribe.
É o cara do chamado jornalismo gonzo, gênero sem moderação, feito à custa de uma consciência adulterada –por álcool inclusive- e muito faro para a grande narrativa em primeira pessoa.
Em suma: tudo que o caretérrimo periodismo da taba tupi,que perdeu o tino de contar história, carece nesse momento para atrair o leitor.
Talvez por causa desse gosto exagerado pela lenda Thompson, tenho agora um olhar sóbrio, chato e ranzinza sobre o filme “The rum diary”, em cartaz nos cinemas como “Diário de um jornalista bêbado”.
O filme do diretor Bruce Robinson é certinho demais para a gonzolândia mental de H.S.T. Veja trailer aqui. É paisagem caribenha e chistes de quem tomou apenas três doses. Ninguém beija o chão nem os pés das mulheres.
Mesmo considerando que se trata de uma ficção do velho repórter, cujo alterego é um jovem freelancer nômade batizado como Paul Kemp, a película vacila em não se parecer com o seu grande personagem real.
Mas meus jovens leitores, por favor, esqueçam tudo que escrevi, como diria um sóbrio ex-presidente que fumava mas não tragava, e vejam o filme.
Deixo-lhes aí, amigos, boas razões otimistas que valem o ingresso, noves fora o meu desânimo de abstêmio forçado até a essa hora:
1) Depois do filme, você vai querer ler o livro. É sensacional. Tem uma edição de banca, da L&PM, com tradução que faria Thompson pagar todas para o Daniel Pellizari, o cara responsável pelo feito.
2) Johnny Depp,na pele do homem-gonzo, está aquela coisa competente que fazem vocês, meninas, soltarem gritinhos.
3) Gostosa e linda mesmo, porém, é a galeguinha Amber Heard, mulher de um jornalista chato, mas doida pelo bonitón da fita.
4) A melhor das razões: você pode sair do cinema, jovem calouro, e desistir de ser jornalista. Já pensou que vantagem?
5) A pior: você pode sair louco para encher a cara e contar histórias malucas. Aí não terá mais cura.
6) Saiba, no entanto, que Hunther S.Thompson era um bêbado, mas nem todo bêbado é Hunther S.Thompson.
7) Seja qual for a escolha, o amigo vai virar um leitor da obra gonza. Bela vantagem.
Se você já estiver no ramo e for aventureiro, corre o risco de ser demitido de tanto encher o saco do chefe para emplacar uma matéria na linha do gonzo, o que é praticamente impossível.
9) Você pode ver depois todos os filmes e livros da vida do cara e querer imitá-lo radicalmente. Cuidado. Thompson, viciado em armas de fogo, suicidou-se com um tiro no coco.
10) Os idiotas da objetividade sempre vencem e têm melhores salários. É outra grande lição. Você desiste?"
O Dia Internacional do Livro quase caí certeiro em nossa terça, momento da semana dedicado a leitura sexy. Mas claro que, adiantei o evento para essa pequena homenagem ao companheiro mais fiel do mundo. A brincadeira aqui é simples e saborosa: uma busca desenfreada por imagens ao redor do planeta de corpos nus deliciando-se com livros e mais livros.
É uma forma não usual de mostrar como o hábito de ler é cada vez mais raro em nossos dias, a ponto de, ao vermos um homem ou mulher lendo em público, despertar um fator positivo, de atenção. Daí a analogia de que, na leitura, há uma ligação quase sexual, como um start vouyer para quem vê alguém lendo.
Na ilustração acima e no vídeo que se segue, a trupe neoburlesca de Chicago, a "Naked Girls Reading" (um grupo de mulheres que se apresentam completamente nuas lendo clássicos da literatura), são a síntese de que ler é um plus essencial para realçar curvas generosas, sorrisos maliciosos e “olhos que desejam em segredo”.
A leitura é internacionalmente sexy!
Michelle L’amour - Delta of Venus
+ The Naked Girls Reading: http://nakedgirlsreading.com/
“Pin-ups pós-modernas” (Revista Marie Claire): http://www.migre.me/8NQhd
Sobre o Burlesco: http://pt.wikipedia.org/wiki/Burlesco
Se está feliz, olhe. Se está triste, pule.
Não é uma frase inteligentemente escrita para a hora e o lugar certo? E, apesar do humor negro, não há uma verdade sobre a vida escondida na brincadeira?
Hoje, nada das bobagens habituais que costumo escrever aqui. Neste segunda, em especial, passo a bola para um velho cronista do rádio (um dos últimos, se não me engano), Salomão Schwartzman.
Ele bate ponto todos os dias na Band News FM e ouço sua bela voz e sapiência faz alguns anos. Recentemente, por falta de tempo, assinei seu podcast no celular e agora não perco uma edição.
Na última quarta-feira, como sempre dentro do ônibus lotado, em meio a um engarrafamento monumental, ouvi isso e simplesmente, tive vergonha de ter nascido nessa época sem magia, inteligência e rosto colado.
Ouça e vai entender:
Outras crônicas do Salomão: http://migre.me/8GUWD
Particularmente, prefiro essa versão do que a original.
Não é todo amor que brota sob o sol morno, na areia macia da praia. É raro sim, bem sei. Mas se acontece, é matador e você nem percebe. Quando dá por si, sua vida não é mais sua vida e no peito, há dois corações pulsando em sintonia.
Que fique bem claro: é raro, não impossível. É difícil e demora, mas vale cada segundo, cada tristeza, cada pisada em falso. É vida em fluxo, descendo montanha abaixo. Não é todo amor que brota sob as sombras sonhadoras de coqueiros gigantescos, mas se acontece, só resta aproveitar.
Almas peregrinas merecem a brisa quente do verão, as pegadas ‘quádruplas’ na areia macia da praia, o sol laranja morrendo no horizonte e a ilusão da eternidade em um instante.
Almas peregrinas merecem tudo... Só não merecem a ausência mútua!
"Se você repete uma mentira muitas vezes ela se torna uma verdade político"
De pé, no matinal ônibus cheio e diário, me deixo levar dali não por uma imaginação fértil, nem alguma técnica oriental de concentração, mas simplesmente por meus já sagrados headphones e as diversas músicas que se misturam a podcasts de noticiários dentro da memória flash do celular.
As melhores notícias falam de filmes do momento e os vinhos de nomes incompreensíveis que jamais tomarei. As piores sempre se referem à política e os deputados sanguessugas que sepultam a vontade de ser brasileiro.
Todos os dias, um novo escândalo nasce como uma mosca no lixo e de tão comuns, já não espantam. Na real, o próprio sistema se bem analisado, mesmo que corra tudo certo é injusto e revoltante: bons salários, regalias diversas e outros pontos que nos convidam ao regurgito (ah, não posso usar essa palavra porque você e o povo a desconhece e pareço pedante? Quando querem saber quem estuprou quem naquele programa, não buscam de imediato? Faça o mesmo!).
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Gatos vocês sabem, são aqueles felinos felpudos que ronronam em seu ouvido quando nos deitamos na cama. Jedis (lê-se jedais) são personagens fictícios da série americana Star Wars. Nos dias loucos que se seguem, esses dois meus “amores” surgem unidos no lamaçal da cultura pop graças a cultura do remix. Desse modo, buscar gifs, vídeos e fotos de gatos e seus sabres laser Jedi são, nas horas vagas, um passatempo preferido.
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"Escreva bêbado, edite sóbrio" - Ernest Hemingway
Quem diz que adora escrever mente. Escrever bem é difícil. Escrever bem é suar. É pensar da melhor maneira, de modo criativo e atraente, mesmo que seja a pior bobagem do mundo. Há pessoas que alardeiam por aí dizendo que “escrever é uma delícia”, como se fosse um simples ato onanista (ah, você também não sabe o que é onanismo? Agora punheta você sabe, né?).
Escrever é uma droga e dá um trabalho absurdo. Escrever faz suar a camisa e há de se treinar muito para ser o cão chupando manga. Escrever quase dói, tal qual como dizem ser um parto. Escrever é ato árduo e muita gente mente ao dizer o contrário.
Agora, bom mesmo é ver o que foi escrito. Bom mesmo é curtir seu textinho feito, flutuando na tela. Pois escrever de fato, é como um pai coruja na maternidade: seu rebento deu trabalho para nascer e é feio pá caralho, mas foi ele que fez e o exibe com muito amor e orgulho!
...a estadunidense Foster The People, neste exato momento, faz dezenas de pessoas loucas por diversão mexerem o corpo por meio de canções pop perfeitas como a que se segue.
E eu, no meu quarto quente, suspiro, lembrando-me dos momentos que se fizeram clássicos embalados nessa música joianha, joinha...
Ah, Bahia... Você é linda, mas é ordinária!
Warpaint - Warpaint
É uma dádiva natural a capacidade de separar a mente do corpo, fugindo de onde se está e indo para lugares onde sua vida merecidamente deveria estar.
Digamos que esse seja um post para “colocar no carrinho”: http://society6.com/HarryG/Fear-N-Loathing-In-This-Foul-Year-Of-Our-Lord-Nineteen-Hundred-and-Twenty-Five-true-grit-version_Print#