Cloverfield: terror do século 21

segunda-feira, fevereiro 11, 2008



Ok ok ok.

Acabo de chegar do cinema e vejam só, os pelos do corpo estão mais ouriçados do que meu gato quando se defronta com o cachorro ensandecido do vizinho. O coração ainda bate forte e não sabe ao certo o que vi para fazê-lo trabalhar a todo vapor.

Meu estômago revira como uma lavadeira de roupas envenenada movida a nitro. O sangue corre pelos tubos das veias, pulsa numa jornada rápida por todos os órgãos que precisa irrigar, levado por uma adrenalina sem precedentes, desenfreado.

Em resumo, tudo dentro de mim está como se recebesse um único e visceral aviso extraordinário: FUJA! Mas exatamente do que?

Cara, eu sempre soube que o demônio andava pela Terra, que passeava por aí fazendo diabruras e se deliciando com o caos. Mas o que eu não sabia, é que o danado tinha se materializado em corpo de homem. Para ser mais exato, na pele de um homem famoso no mundo da TV e do cinema; Um homem que conseguiu fazer com que as inicias de seu nome fossem sinônimo de aventuras bem feitas, com mistérios tão saborosos e envolventes, que hipnotiza qualquer um que fique trinta segundos assistindo as suas produções. Pois bem meus amigos, apresento-lhes o diabo, e ele se chama J.J. Abrams.

Só por citar Lost (sua principal cria), dispensa o desperdício de comentários já batidos e cheios de clichê. O cara que produz o seriado mais visto em todo planeta, é o cabeça, é a matrona, é o maestro infernal do fim do mundo que é o maravilhoso Cloverfield. Claro que apesar de todo o seu poder, J.J não orquestrou o pandemônio sozinho; chamou Matt Reeves (diretor) e Drew Goddard (roteirista) para lhe ajudar na árdua tarefa de fazer nós, míseros espectadores comedores de combos de pipoca, cagarem-se de medo. 

Estes foram espertos e simples: misturaram a agonia de medo-com-câmera-caseira-e-tremida de "A bruxa de Blair", imagens de destruição com prédios esfarrapados (resquícios subconscientes do ataque terrorista de 11 de Setembro) e uma pitadinha de nada de um Godzilla com grito estridente. O resultado? A reinvenção do gênero "Terror" no século 21. Abrams-Reeves-Goddard fundem-se num só corpo e cospem na nossa cara como um bom filme de terror moderno deve ser. Chacoalha nossos nervos de antigos espectadores passivos e sem nos tirar da cadeira, nos insere impiedosamente dentro da destruição e do pavor. Nos faz sentir a fria e pegajosa língua da morte em nossa nuca, em sequências infinitas e desconcertantes. Vampiros, lobisomens, múmias, espíritos, ets e etc. Quem ainda se assusta com isso? 

Posso ter exagerado na dose, posso ter descrito o filme de uma forma extravagante e sem muito embasamento crítico. Falem o que quiserem, que o troço é blockbuster, que é filmão de garotada de shopping, que sou mais uma presa idiota das armadilhas mercadológicas de Hollywood... Mas convenhamos: se é para cair como uma mosca tonta numa armadilha para insetos, ao menos me iludam de forma eficiente, assim como J.J Abrams fez no cinema, assim como o diabo fez com Adão e Eva.



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Seus amigos nunca te deixarão sozinho

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Sabe aquelas brincadeiras sacanas que você fazia/faz com seus melhores amigos quando estão mortos depois de uma noite de farras dantescas? Aquelas armadilhas fantásticas e imaginativas, cheias de fitas adesivas, tintas, comida e coisas gosmentas que os mais fracos sempre caem como um ratinho frágil e chapado numa ratoeira gigantesca?

É justamente esse universo único que este vídeo da banda Justice (um mash up de 'never be alone' do Simian), se inspira.


Nos nossos dias pós-tudo, as mais profundas e sujas águas do comportamento humano fazem as regras para o entretenimento dos milhares de "youtubespectadores".



Desculpe, eu errei sobre o futuro

sábado, fevereiro 02, 2008



Errei achando que tudo iria se transformar em direção ao novo, à uma nova ordem de pensamento; errei ao imaginar que as mentes jovens de hoje procuravam sempre o atual e o original, e não o antigo e datado.

O futuro realmente não é como era antigamente. E tudo, no fundo, estagnou em uma grande bola de aniversário, onde pensamentos, culturas e músicas, de todos tipos, lugares e épocas, se acumulam sem parar.

Ao longo dos séculos, a humanidade se reinventa. Modifica apenas algumas coisas. E isso sim é o futuro: um pneu velho, recauchutado com diferentes tiras de borracha temporais.

Além disso, o futuro também é uma calça jeans caipira festa junina.